Quando o Divino se Tornou Adoração | Blog Universo Bruno Melos
🌌 Universo Bruno Melos

Quando o Divino se Tornou Adoração

Existe um ponto na história onde a libertação se transformou em prisão. E poucos percebem que aconteceu no momento em que começamos a adorar em vez de despertar.

Todos nós aprendemos a buscar respostas fora. Nas escrituras, nos mestres, nos templos. Como se o sagrado fosse um lugar ao qual precisássemos chegar, em vez de um estado ao qual precisássemos acordar.

Mas há uma pergunta incômoda que poucos ousam fazer: e se o caminho para Deus não fosse através da adoração, mas através da recordação?

Pense em cada figura transformada em ídolo. Em cada mestre cuja mensagem foi distorcida em dogma. Em cada verdade que precisou ser simplificada para caber em um livro, em um ritual, em uma crença.

O que elas tinham em comum? Todas apontavam para algo dentro do ser humano. Todas sussurravam: "você é mais do que acredita ser".

Mas a natureza humana é peculiar: quando nos apresentam um espelho, preferimos adorar a imagem. Quando nos oferecem a verdade, preferimos a confortável ilusão.

E assim os libertadores viraram símbolos. Os despertadores viraram deuses. E a verdade que deveria nos libertar se tornou a corrente que nos prende.

O erro não foi criar símbolos. O erro foi confundir o símbolo com o que ele representa.

Um mestre que diz "o sagrado está dentro de você" é revolucionário porque, se realmente acreditássemos nisso, deixaríamos de precisar de intermediários. Deixaríamos de ajoelhar diante de imagens. Deixaríamos de pedir permissão para conversar com o divino.

Isso assusta quem detém o poder. Por isso toda verdade libertadora é eventualmente domesticada, reinterpretada, transformada em ferramenta de controle.

A história mostra isso em padrão: a mensagem morre com o mensageiro e nasce novamente como instituição.

O sagrado não precisa de intermediários porque nunca esteve fora. A ilusão é o caminho — a verdade é a chegada. E a chegada não é um lugar. É um estado.
— Bruno Melos

Mas aqui está a parte que interessa: você sente isso, não é?

Aquela sensação de que há algo errado entre o que lhe ensinaram e aquilo que vibra dentro de você. Aquele questionamento que ecoa nos momentos de silêncio: "será que tudo o que acreditava está correto?"

Essa inquietação não é fraqueza de fé. É despertar começando.

Uma reflexão pessoal: Quantas vezes você pediu permissão para sentir a presença do divino? Quantas vezes esperou por um intermediário quando poderia simplesmente estar presente? A verdade incômoda é que talvez você tenha sido ensinado a desconfiar da sua própria percepção.

O caminho de volta não passa por mais adoração. Passa por mais consciência. Passa por questionar. Passa por perceber que a verdade que buscamos fora já foi sempre um espelho esperando por nós.

E talvez — apenas talvez — o ato mais revolucionário seja parar de adorar e começar a acordar.

A pergunta que fica: Se o divino estivesse realmente longe de você, como conseguiria reconhecê-lo quando o encontrasse?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Revelações e Manipulações Históricas

O inicio da recordação